Como a neuroarquitetura molda comportamentos na casa mais vigiada do Brasil

Redação ImobiPress

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Publicado em 12/02/2025 às 17:42 / Leia em 3 minutos

Projeto de decoração da neuroarquitetura é estratégico para apimentar a convivência dos confinados

A decoração da casa mais vigiada do Brasil é muito mais do que um cenário de programa de televisão. Ela é uma ferramenta poderosa que utiliza princípios da neuroarquitetura para influenciar o humor, as emoções e os comportamentos dos participantes. A cada nova edição, o projeto decorativo é pensado estrategicamente para criar ambientes que provoquem reações emocionais intensas, estimulem interações e promovam reflexão, e a edição atual não é diferente.

Segundo a arquiteta Rose Chaves, especialista em design de interiores, as cores desempenham um papel fundamental na experiência dos participantes. “Vermelho, laranja e amarelo, por exemplo, são utilizadas em áreas de convivência porque estimulam a energia, o otimismo e a criatividade. Essas tonalidades nos ambientes ativam o sistema nervoso simpático, promovendo dinamismo, aumentando a interação social e impulsionando os participantes a se conectarem, criarem alianças e enfrentarem desafios com entusiasmo”, explica.

Por outro lado, as áreas de descanso da casa apresentam uma abordagem diferente. Tons de azul e verde, associados à calma e ao equilíbrio, são estrategicamente utilizados para ajudar os participantes a se desconectarem do ritmo acelerado do jogo. “Esses tons, cientificamente ligados à ativação do sistema parassimpático, promovem relaxamento e introspecção, e são espaços que não só aliviam o estresse, mas também criam momentos de pausa emocional, fundamentais para a convivência prolongada”, aponta a arquiteta.

Outro destaque é o uso de elementos naturais e texturas. Ambientes decorados com madeira, plantas e tons terrosos oferecem uma conexão com a natureza e despertam um senso de conforto e pertencimento. “Esses elementos ativam memórias primordiais de segurança e acolhimento, ajudando a equilibrar a tensão do confinamento. Em contraste, padrões geométricos e superfícies brilhantes aparecem em áreas mais dinâmicas para estimular o córtex visual, incentivando criatividade e planejamento”, comenta Chaves.

De acordo com a especialista, a iluminação também é um fator essencial na decoração da casa. “Luzes quentes criam um ambiente acolhedor e convidativo, enquanto luzes frias em áreas específicas favorecem a concentração e a estratégia. Essas escolhas não são aleatórias, pois cada detalhe é pensado para moldar a experiência emocional e psicológica dos participantes”.

Enquanto isso, para quem assiste, a decoração vai além de ser um simples pano de fundo. Ela se torna uma janela para compreender como ambientes cuidadosamente projetados podem influenciar comportamentos, instigar emoções e até moldar relações. “Talvez seja hora de repensar o impacto que o design dos nossos próprios espaços exerce sobre nossas vidas diárias. Afinal, se cada cor, textura e iluminação podem transformar uma casa em um palco de intensas experiências humanas, o que elas podem fazer no seu dia a dia?”, finaliza Chaves.

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