Ano começa com vendas de imóveis em baixa na Capital

Redação ImobiPress

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Publicado em 24/02/2025 às 00:33 / Leia em 4 minutos

De acordo com o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, tradicionalmente, o mês de janeiro costuma ser um período mais fraco para as vendas de imóveis

Segundo levantamento realizado pelo CRECISP com 289 imobiliárias da Capital, as vendas de casas e apartamentos usados começaram o ano em baixa de 43,98% em relação a dezembro passado. Coincidentemente, os dados divulgados pela Prefeitura de São Paulo indicam que houve queda de 29,12% na quantidade de guias pagas de ITBI entre dezembro/24 e janeiro/25. As locações, no entanto, abriram janeiro com índice positivo de 56,49% na comparação com o último mês de 2024.

De acordo com o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, tradicionalmente, o mês de janeiro costuma ser um período mais fraco para as vendas de imóveis em São Paulo, assim como em muitos lugares. “Isso ocorre por diversos motivos: muitas pessoas estão voltadas para as festas de final de ano, férias escolares e despesas extras, o que pode reduzir a disposição para realizar transações imobiliárias. Além disso, muitos potenciais compradores e vendedores adiam decisões importantes para após o período de férias e festividades, o que naturalmente diminui o ritmo do mercado nesse período.”

Ritmo oposto ocorre com as locações, especialmente em regiões próximas a universidades, pela procura por imóveis destinados a estudantes universitários, que aproveitam o mês de janeiro, antes do início das aulas, para fixarem residência na cidade.

Dos imóveis vendidos, 81% eram apartamentos e 29%, casas. Nas locações, houve uma situação mais equilibrada com 53% de casas e 47% de apartamentos alugados em janeiro.

Financiamento lidera formas de pagamento

A Pesquisa CRECISP, feita com 289 imobiliárias da Capital, mostrou que, mesmo com juros altos, o financiamento imobiliário ainda é a opção preferida dos compradores de casas e apartamentos. Somados, os índices obtidos com o crédito concedido pela CAIXA (38%) e pelos demais bancos (32%) representam 70% das vendas realizadas na cidade em janeiro. O restante dos negócios se dividiu entre os 17% que foram feitos à vista, 12% parcelados diretamente pelos proprietários e 1% por consórcios.

Em suas falas, Viana tem abordado diferentes aspectos do financiamento imobiliário, como as taxas de juros, as condições de financiamento, o acesso ao crédito e o impacto do financiamento no desenvolvimento do mercado imobiliário.

Em relação aos juros, Viana tem demonstrado preocupação com o impacto das altas taxas no acesso ao crédito imobiliário, especialmente para as famílias de baixa renda. Ele tem defendido a necessidade de políticas públicas que incentivem a redução das taxas de juros e facilitem o acesso ao financiamento. “O acesso ao crédito é fundamental para o crescimento do setor, geração de empregos e renda”, comentou o presidente do CRECISP.

A maioria das casas e apartamentos negociados era de 2 dormitórios. As casas tinham área útil entre 50 e 100 m², mas os apartamentos eram de até 50m². 31,7% dos imóveis vendidos em Janeiro tinham preços entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. A periferia foi a região preferida por 40,4% dos compradores de propriedades na Capital nesse período.

Procura maior por aluguéis mais baratos

De acordo com a Pesquisa CRECISP, 46,6% dos inquilinos que devolveram as chaves em janeiro se mudaram para imóveis de aluguel mais barato, 21,4% optaram por valores de locação mais altos e 32% não mencionaram o motivo da mudança. Essa busca por um aluguel mais em conta pode explicar, em parte, o motivo do crescimento no número de novos contratos assinados em janeiro comparado a dezembro.

Repetindo o resultado do mês anterior, o depósito caução aparece como principal garantia locatícia em 30,1% dos contratos de aluguel assinados em Janeiro na cidade de São Paulo. Na sequência, vieram o seguro fiança (27,2%) e o fiador (20,4%).

A faixa de preço médio do aluguel ficou acima de R$ 3.000,00, para casas e apartamentos com 3 e 2 dormitórios, respectivamente, e área útil entre 50 e 100 m².

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