Marcos Vinicius, sócio-fundador da Habras, aponta cuidados com fluxo de pagamento e regularização do Imposto de Renda ao relizar o primeiro financiamento imobiliário
Segundo a última pesquisa Protect & Project Oneself, realizada pela seguradora BNP Paribas Cardif, 72% dos brasileiros entrevistados estão mais propensos a tomar crédito para financiar a compra de imóveis – montante maior que em 2019, com 67%. Fruto de programas como o MCMV (Minha Casa, Minha Vida) e SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que tem facilitado o financiamento imobiliário.
Os lançamentos e as vendas do Minha Casa Minha Vida (MCMV) tiveram expressivo crescimento no mercado imobiliário nacional em 2024, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Houve um crescimento de 44,2% nos lançamentos dentro do programa, e as vendas subiram 43,3% no mesmo período.
Para Marcos Vinicius, sócio-fundador da Habras, uma construtora e incorporadora especializada em empreendimentos para programas habitacionais, o momento é propício para a expansão dos financiamentos imobiliários, seja por programas como MCMV, SBPE, ou modelos tradicionais em bancos, mas alguns cuidados são necessários: “É preciso se atentar para detalhes desse tipo de operação para que a experiência de compra de um primeiro apartamento seja a mais agradável possível, evitando qualquer risco de endividamento”. Confira:
Entenda o fluxo de pagamento
Quando se realiza a compra de um imóvel, uma parte do valor total pode ser financiado, normalmente até 80%. O restante do valor, conhecido como entrada, deve ser pago com recursos próprios. Caso o cliente tenha FGTS, o valor pode ser abatido, diminuindo este valor inicial a ser pago. A entrada normalmente é parcelada durante o período em que o empreendimento está sendo construído, sendo necessário quitá-la quando a obra for concluída e as chaves entregues. Em financiamentos tradicionais, a entrada pode representar uma porcentagem maior do valor total. No MCMV, contudo, existem alguns acordos que podem parcelar também o valor das entradas. “No caso dos produtos MCVC o contrato de financiamento é assinado antes da entrega das chaves, e no período obras o cliente deve pagar além da entrada parcelada e os juros de obra também. E isso demanda um planejamento financeiro do cliente.”, diz Marcos Vinicius;
Atente-se aos critérios de concessão de crédito
Em um financiamento imobiliário, três fatores são fundamentais para determinar o montante que será financiado – score, idade e renda. “O score depende da instituição financeira, cada uma segue seus próprios critérios, podendo inclusive consultar o Banco Central para chegar a um valor definitivo. Já a idade interfere no período para quitação da dívida, e consequentemente no valor das parcelas; quanto mais velho o cliente, menor é o prazo de financiamento, pois precisa encerrar o financiamento até os 70 anos. Com relação à renda, o valor da parcela deve estar entre 25% e 35% do que os clientes recebem, pois normalmente, é feita a composição de rendas, como de um casal, por exemplo. Esses fatos podem influenciar muito no valor de cada parcela”, diz;
Quite dívidas e regularize o Imposto de Renda
Segundo o Executivo, atrasos em contas de luz, nome sujo no Serasa, outros problemas de inadimplência tendem a prejudicar quem busca um financiamento, assim como a não concordância entre o que está declarado no Imposto de Renda e as movimentações na conta bancária. “É importante que a situação esteja regularizada, para que o processo seja mais simplificado. Ainda que seja possível realizar a compra do apartamento com algumas pendências, a recomendação é que o cliente se programe financeiramente e deixe tudo em ordem para que o financiamento seja mais prático e vantajoso”.
Pesquise por subsídios
Programas como o MCMV, que é ligado ao Governo Federal, podem ter ainda o acréscimo de subsídios estaduais, como o Casa Paulista, que concede um valor em dinheiro para o pagamento da entrada. “Os valores de subsídios são variáveis, a depender do empreendimento, da construtora, e de outros fatores, por isso é válido consultar os corretores sobre esse assunto e averiguar quais unidades têm subsídios que fariam a aquisição do imóvel caber no seu orçamento”, pontua o executivo.
Embora seja desafiador, a compra de um apartamento pode ser o início de uma nova vida para uma família. “Por isso que tudo precisa ser feito com cuidado e atenção aos detalhes, evitando tropeços que possam prejudicar a experiência de compras. Na Habras, a equipe de vendas está pronta para sanar quaisquer dúvidas, então não hesite em fazer questionamentos quantas vezes for necessário. Quanto mais esclarecido o cliente, melhor será para ele e toda sua família”, finaliza Marcos Vinícius.