Imóvel novo ou usado: qual é a melhor alternativa?

Redação ImobiPress

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Publicado em 09/04/2025 às 19:17 / Leia em 5 minutos

Entre as plantas baixas atuais, que retratam um modo de vida mais contemporâneo, e aquelas com a arquitetura de décadas passadas, a arquiteta Elisa Maretti detalha os prós e os contras de adqurir um imóvel novo e usado

O futuro proprietário decidiu adquirir um bem, mas surge a primeira dúvida que reflete o ponto de partida para a busca da nova morada: seria melhor investir em um imóvel novo, que acabou de ser entregue pela construtora, ou escolher um usado? A decisão vai além do preço e envolve fatores como localização, estrutura e até o seu potencial de valorização. Enquanto unidades novas oferecem modernidade e menos necessidade de reformas, casas ou apartamentos antigos costumam oferecer ambientes mais amplos e um m² maior.

Segundo a arquiteta Elisa Maretti a dúvida é muito comum entre os clientes que atende em seu escritório. Indagada, a resposta dela é: depende. “Obviamente não fujo da raia, mas não existe uma resposta pronta. A definição vem de encontro com uma lista de prós e contras que precisam ser analisadas de acordo com as expectativas, necessidades e gostos de cada um”, relata.

Logo de cara ela já desfaz um mito e aventa uma possibilidade real: um apartamento novo não é sinônimo de eliminação de problemas durante a reforma e sim, uma habitação antiga pode ser uma opção mais vantajosa. Acompanhe a análise compartilhada pela profissional:

Desafios de adquirir um imóvel usado

Mudar-se para um apartamento onde outras famílias já moraram levantam a lebre sobre o estado de conservação do imóvel. Embora uma reforma seja quase sempre necessária, a grande questão é: qual será a profundidade dessas intervenções?

Diante disso, Elisa destaca um aspecto frequentemente negligenciado pelos clientes: a infraestrutura. “Como estão as redes hidráulica, elétrica e de esgoto? Sempre começo por essa parte quando iniciamos uma obra”, conta.Ela afirma que problemas como vazamentos, entupimentos em canos, ralos ou bacias sanitárias, além da baixa pressão da água, deterioração de materiais que estão muitas vezes em desuso por novas normas de segurança, são comuns em imóveis mais antigos.

O mesmo acontece com a rede elétrica, que pode estar desatualizada ou ter sido mal dimensionada. “Casas e apartamentos antigos foram projetados para uma realidade diferente, com menos eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos. Hoje, muitas dessas redes não suportam a demanda moderna e, além disso, a fiação pode estar desgastada, ser de baixa qualidade, obsoleta e muitas vezes mal instalada, aumentando o risco de curtos-circuitos e incêndios”, alerta a arquiteta.

Quando são identificadas falhas nesses sistemas, o projeto de reforma considera uma avaliação especializada que avalia a gravidade dos problemas e indica as melhores soluções.

Lidando com imprevistos

“Muitas pessoas não sabem, mas há problemas que só podem ser descobertos depois que começamos a ‘quebrar’”, revela a arquiteta. Ela conta que já enfrentou diversas situações em que falhas na infraestrutura só foram detectadas durante a obra, o que inevitavelmente impacta o orçamento da reforma. “Esse é um momento delicado, porém precisa ser comunicado ao cliente para que possamos tomar, juntos, a melhor decisão”.

Contudo, esses imprevistos não ocorrem apenas em imóveis antigos. Mesmo em apartamentos recém-construídos, a infraestrutura nem sempre é bem executada, o que pode ocasionar surpresas desagradáveis ao longo do tempo.

Imóvel novo é sinônimo de qualidade?

Mesmo com plantas recém-construídas, Elisa discorda da ideia de que empreendimentos novos são necessariamente mais confortáveis. “Nos projetos atuais, os apartamentos estão cada vez menores”. Segundo ela, os modelos mais recentes costumam priorizar varandas gourmet espaçosas, o que, por outro lado, reduziu significativamente o espaço dos dormitórios e banheiros.

“Vale a pena ampliar um ambiente usado ocasionalmente pela família em detrimento de espaços que fazem parte do dia a dia?”, questiona. Para a profissional, os imóveis mais antigos priorizavam a funcionalidade com quartos amplos e melhor aproveitamento dos espaços essenciais da casa.

Potencial de valorização de um imóvel recém-construído

Apartamentos modernos tendem a se valorizar? Com infraestrutura nova e mão de obra qualificada, é possível presumir que um imóvel recém-construído tenha maior valorização em comparação com os mais antigos? Para a arquiteta, a tendência aponta para o caminho contrário. “O imóvel que é novo hoje, com o tempo, também se tornará antigo. Já os apartamentos com história tendem a se valorizar justamente por oferecerem metragem maior e mais conforto para os moradores.”

Ela observa ainda que a busca por espaços amplos tem aumentado. “Percebo que muitas pessoas estão cansadas de viver em espaços reduzidos e, ao longo do tempo, acabam acumulando mais objetos. Consequentemente, cresce a necessidade de imóveis mais espaçosos, o que reforça a valorização daqueles com m² maior.”

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