Seguro Condomínio arrecadou R$307,5 milhões em São Paulo

Redação ImobiPress

redacao@imobipress.com.br
Publicado em 11/04/2025 às 16:00 / Leia em 4 minutos

Com 104 mil novas unidades entregues em 2024 em São Paulo, o seguro condomínio arrecadou no estado R$ 307,5 milhões, avanço de 32,6% sobre o ano anterior

O mercado de seguros condominiais segue em forte expansão no Brasil, puxado pelo setor imobiliário. Somente no estado de São Paulo, em 2024, a arrecadação do Seguro Condomínio atingiu R$ 307,5 milhões, um aumento de 32,6% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é justificado pelo aquecimento do mercado de imóveis no estado, que registrou recorde em lançamentos, impulsionado por um maior volume de crédito e demanda por novas unidades. Segundo o Secovi-SP, sindicato que representa a categoria, o número de lançamentos na capital paulista atingiu 104,4 mil novas unidades no ano passado, 43% maior em relação ao ano anterior.

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul aparecem em segundo e terceiro em faturamento, com R$ 104,8 milhões e R$ 93,8 milhões, respectivamente. No cenário nacional, o volume arrecadado chegou a R$ 790 milhões, uma alta de 29,3%. O avanço também pode ser notado no pagamento de indenizações. Se nacionalmente o valor foi de aproximadamente R$ 400 milhões (pra ser exato, R$ 397,8 milhões), em São Paulo foram pagos R$ 119,3 milhões, alta de 21,4%. No Rio Grande do Sul, o total chegou a R$ 94,5 milhões, e no estado fluminense, R$ 53,5 milhões.
 

Além do aquecimento do setor imobiliário, o aumento nos valores dos prêmios do seguro condominial está relacionado aos ajustes realizados pelo mercado para garantir o equilíbrio atuarial, já que as indenizações pagas pelas seguradoras também cresceram. Essa é a análise de Magda Truvilhano, vice-presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). Segundo ela, esse crescimento se deve não só à valorização do mercado imobiliário, mas também aos reajustes nos valores dos seguros, em razão do aumento das indenizações. “As seguradoras precisaram reequilibrar os resultados diante da alta nas indenizações, o que impactou o custo do seguro”, explica.
 

Ainda segundo a executiva, um dos principais fatores para o aumento das indenizações é o número crescente de eventos relacionados a danos elétricos, especialmente em elevadores, causados por quedas de raio, além de incêndios iniciados nas unidades que atingem o condomínio. A inflação e o aumento nos custos de materiais para reconstrução e mão de obra também contribuíram para a elevação dos valores das indenizações e, consequentemente, para o ajuste no valor do seguro.

O que cobre o Seguro Condomínio?

O Seguro Condomínio é obrigatório e deve ser contratado e renovado pelo síndico. Ele cobre a estrutura do prédio, Aiáreas comuns, bens e equipamentos do condomínio. Na cartilha “Seguro de Condomínio, tudo que você precisa saber”, a FenSeg detalha as coberturas e os termos usados pelo mercado.
 

Existem duas modalidades principais: a Cobertura Básica Simples, que inclui incêndio, queda de raio, explosão e queda de aeronaves, com a possibilidade de coberturas adicionais; e a Cobertura Básica Ampla, que protege a estrutura do prédio contra diversos danos e permite a inclusão de coberturas como Responsabilidade Civil, Vida e Lucros Cessantes. Adicionalmente, há coberturas específicas para danos ao patrimônio, responsabilidade civil do síndico e vida dos funcionários.

O Seguro Condomínio não cobre as unidades autônomas dos moradores nem seus bens, a menos que haja uma cobertura específica contratada. Para isso, o morador deve adquirir um seguro residencial separado. Em São Paulo, um seguro residencial para um apartamento de 100m² equivale, em média, a R$ 450 por ano.

Com um mercado imobiliário em expansão e um cenário de custos de reposição dos bens crescentes, o Seguro Condomínio se torna ainda mais essencial para garantir a segurança patrimonial dos edifícios e moradores. Além de ser um seguro obrigatório, sua contratação adequada pode evitar grandes prejuízos em casos de sinistros.

Compartilhe