Alta de 36,8% na arrecadação reforça importância do seguro em condomínio como proteção patrimonial e exigência legal em meio ao crescimento imobiliário em São Paulo.
O mercado de seguros condominiais em São Paulo apresentou um desempenho expressivo nos dois primeiros meses de 2025, com arrecadação de R$ 62,2 milhões, aumento de 36,8% sobre o mesmo período de 2024. As indenizações pagas também cresceram, totalizando R$ 33,7 milhões, uma alta de 27,4% no comparativo anual, de acordo com levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Esse crescimento acompanha a expansão do mercado imobiliário no estado. A Pesquisa do Mercado Imobiliário (PMI) do Secovi-SP revelou que, apenas em fevereiro deste ano, mais de 10,5 mil unidades residenciais novas foram lançadas e 10,4 mil comercializadas, demonstrando a manutenção do aquecimento observado no setor. De acordo com o levantamento Mapa dos Condomínios 2025, produzido pela administradora de condomínios Lello, a capital paulista ganhou 7 mil prédios nos últimos dez anos, levando o número total para 31.747.
Diante desse cenário de verticalização urbana e da multiplicação de empreendimentos coletivos, cresce também a relevância do seguro para condomínios como ferramenta essencial de proteção patrimonial. Como explica Magda Truvilhano, vice-presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), “o artigo 1346 do Código Civil é categórico: todo condomínio deve possuir um seguro que cubra o risco de incêndio ou destruição total ou parcial”.
Entretanto, segundo a executiva, “as coberturas do seguro vão além da exigência legal, incluindo desde a proteção contra danos causados por incêndio, explosões, quedas de raio e de aeronaves, até coberturas de Responsabilidade Civil, que garantem o reembolso de despesas do condomínio ou do síndico em caso de danos materiais ou corporais causados a terceiros de forma acidental”.
Recentemente, a FenSeg lançou um guia online para facilitar o entendimento sobre o produto. A publicação, além de detalhar as coberturas, traz dicas práticas para os síndicos, com uma lista dos serviços de assistência 24 horas que podem ser incluídos na apólice, como reparos hidráulicos e elétricos, manutenção de portões, e até substituição de porteiro ou zelador.
“Síndicos e administradoras devem contar com o guia, mas sem abrir mão do auxílio de um corretor de seguros, que é o profissional responsável para avaliar, contratar e acompanhar a apólice, especialmente no caso de sinistros. O corretor, afinal, também tem papel essencial na adequação do seguro às necessidades específicas de cada condomínio”, completa Magda Truvilhano.
Para Fernando Simões, diretor executivo do Sindicado das Seguradoras de São Paulo (Sindseg SP), o avanço do seguro condominial reflete uma maior conscientização sobre os riscos associados à convivência em espaços compartilhados e à necessidade de garantir a continuidade e a segurança dos empreendimentos. “Para além do cumprimento da legislação, trata-se de uma ferramenta estratégica de gestão patrimonial que valoriza os imóveis e protege moradores, síndicos e investidores”, finaliza.