O estado foi o que mais cresceu em número de habitantes entre 2022 e 2023, com alta de 1,9%, superando os 22,6 milhões de residentes. Especialista aponta se vale a pena constuir imóveis para alugar na Flórida em 2025
A construção de imóveis para alugar na Flórida permanece como uma alternativa atrativa para investidores brasileiros, mesmo diante de um cenário econômico mais cauteloso. Segundo dados do U.S. Census Bureau, o estado foi o que mais cresceu em número de habitantes entre 2022 e 2023, com alta de 1,9%, superando os 22,6 milhões de residentes. O crescimento populacional impulsiona a demanda por habitação e mantém aquecido o mercado de locações.
Além disso, de acordo com levantamento da Redfin, o retorno bruto médio com aluguel residencial na Flórida gira em torno de 7,5% ao ano, dependendo da cidade e do tipo de imóvel. Em regiões como Orlando e Tampa, esse índice pode superar 8%, desde que haja uma gestão eficiente dos custos e a escolha de localizações estratégicas.
É nesse contexto que o empreendedor Leandro Sobrinho, brasileiro radicado nos Estados Unidos, especialista em investimentos imobiliários e um dos fundadores da Davila Finance, defende que o modelo segue viável, desde que amparado por planejamento financeiro e conhecimento do mercado local. “Investir em imóveis para alugar nos Estados Unidos continua fazendo sentido. Mas é necessário entender a fundo os custos operacionais, a legislação vigente e o perfil do consumidor local para garantir viabilidade e retorno”, afirma.
Imóveis para alugar na flórida: Alta demanda e oportunidades
Sobrinho destaca que cidades periféricas, bem conectadas a regiões metropolitanas, concentram oportunidades mais acessíveis e rentáveis. “Existem áreas a 30 ou 40 minutos de Orlando onde ainda é possível adquirir terrenos a preços razoáveis, com potencial de valorização e escassez de oferta de imóveis novos no padrão procurado”, diz.
Com mais de 20 anos de experiência, o empreendedor também atua na construção de imóveis voltados à locação de médio e longo prazos, como townhomes e residências unifamiliares. Segundo ele, o segredo está em adaptar o projeto ao perfil do inquilino. “Muitos constroem como se fossem morar no imóvel. Isso encarece o projeto e reduz a margem. O ideal é pensar funcionalmente, com foco em manutenção simplificada e boa liquidez no aluguel”, explica.
Riscos: custo com seguros e gestão ineficiente
Apesar da atratividade do setor, o especialista alerta para os desafios. Um dos principais, segundo ele, é o aumento expressivo no custo dos seguros residenciais, que ultrapassaram, em média, US$ 6 mil anuais na Flórida, de acordo com dados de seguradoras estaduais. “É um fator que pode comprometer a rentabilidade do projeto, principalmente se o investidor não fizer essa conta desde o início”, adverte.
Outro erro comum apontado por Sobrinho é a tentativa de administrar o imóvel sem apoio profissional. “A gestão amadora é um dos principais motivos de perda de rentabilidade. Contar com property managers ou plataformas especializadas é o que garante a constância na receita e reduz a inadimplência e os custos de manutenção”, avalia.
Planejamento legal e tributário é indispensável
Para quem pretende atuar no segmento, Sobrinho reforça a necessidade de estrutura jurídica e tributária adequada. “Abrir uma empresa nos EUA é simples. O problema está em não considerar as exigências fiscais, os tributos estaduais e federais, e a forma de repatriação do lucro. Sem esse planejamento, o projeto pode se tornar inviável”, alerta.
Ele recomenda que o investidor brasileiro busque consultoria especializada e esteja disposto a realizar estudos de mercado presenciais antes de decidir onde construir. “Não dá para planejar um empreendimento imobiliário com base apenas em dados online. É preciso visitar o bairro, entender o público local e avaliar o comportamento de consumo da região”, completa.
Leandro Sobrinho reforça que o investimento em aluguel residencial nos Estados Unidos não deve ser encarado como uma operação de retorno imediato. “O imóvel é um ativo que combina renda recorrente com valorização de longo prazo. Mas exige paciência, capital bem estruturado e gestão estratégica. Caso contrário, o risco de frustração é alto”, conclui.