População 60+ redefine o mercado imobiliário nas grandes cidades

Redação ImobiPress

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Publicado em 12/06/2025 às 14:00 / Leia em 3 minutos

O perfil do consumidor +60 é ativo e exigente na hora de escolher imóveis

Dados da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, divulgados pelo IBGE em 2025, revelam uma mudança silenciosa, mas profunda nas dinâmicas urbanas e de consumo no Brasil: a população com 60 anos ou mais têm buscado e influenciado bairros com melhor infraestrutura, mobilidade e qualidade de vida.

De acordo com o levantamento, 93,3% das pessoas com 70 anos ou mais vivem em vias largas, com maior fluidez de circulação, e 36,7% estão em áreas com pelo menos cinco árvores, o maior índice entre todas as faixas etárias. Essa concentração em regiões com atributos urbanos valorizados indica que o público 60+ está moldando padrões de moradia e impulsionando o valor de bairros bem estruturados.

“O consumidor maduro não está apenas acompanhando tendências, ele está criando novas exigências. Morar bem, com conforto, segurança e acesso facilitado a serviços, não é luxo para esse público, é prioridade”, afirma Martin Henkel, especialista em marketing 60+ e CEO da SeniorLab.

A economia prateada, ou seja, atividades econômicas voltadas para a população idosa, em especial acima dos 60 anos, já movimenta uma renda trilionária anualmente no Brasil e representa um público exigente, com maior poder aquisitivo, tempo livre e atenção à qualidade de vida. Esse perfil impacta diretamente o setor imobiliário, exigindo novos parâmetros para projetos residenciais e comerciais, desde a planta até a localização.

Martin alerta que o setor precisa entender que a economia prateada já é uma realidade concreta, e ignorar esse consumidor é perder relevância e oportunidades. “As decisões de moradia hoje incluem questões como calçadas com rampas, arborização, mobilidade urbana e proximidade de hospitais, supermercados, lazer e centros de saúde. Isso impacta diretamente o planejamento urbano e o lançamento de novos empreendimentos”, complementa.

Tendências que vêm com a longevidade urbana:

  • Convivência intergeracional: bairros que promovem diversidade de idade e espaços de encontro são mais valorizados.
  • Acessibilidade discreta: rampas, elevadores e sinalizações adaptadas são fundamentais, mas integradas com elegância ao design urbano.
  • Vida ativa e conectada: academias ao ar livre, praças e ciclovias fazem parte do “pacote ideal” para esse público.
  • Tecnologia e bem-estar: segurança, automação e conectividade também entram no radar do morador 60+.

“A população madura não quer morar em lugares ‘preparados para idosos’, mas sim em bairros que ofereçam autonomia, estímulo à vida ativa e conforto para todas as idades. Cada rampa construída, cada calçada bem planejada e cada metro quadrado arborizado é, na prática, um investimento na valorização imobiliária do futuro.”, reforça Martin Henkel.

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