A economia circular reduz custos operacionais, amplia a flexibilidade e contribui para a sustentabilidade no canteiro de obras
Diante de um cenário econômico cada vez mais desafiador e da necessidade urgente de práticas sustentáveis, a locação de equipamentos tem se consolidado como um dos pilares da economia circular no setor da construção civil. O modelo, que substitui a posse pelo acesso, representa uma alternativa eficiente e ambientalmente responsável frente à compra tradicional de máquinas e ferramentas.
Esse movimento ganha ainda mais relevância considerando o impacto ambiental do setor: a construção civil é o maior consumidor mundial de matérias-primas e responsável por até 35% dos resíduos gerados em aterros, além de responder por 36% do uso final de energia e 39% das emissões globais de CO₂, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA) e estudos acadêmicos. Conforme estudo do World Economic Forum, ainda que mais de 90% dos materiais de uma edificação possam ser reaproveitados, apenas 20 a 30% são efetivamente reutilizados ou reciclados ao fim da vida útil das construções.
“A lógica da economia circular aplicada à construção civil não é apenas ambiental, é econômica. Quando uma empresa aluga um equipamento, ela paga apenas pelo uso. Isso libera capital para investir em outras áreas estratégicas da obra, além de evitar a ociosidade de máquinas que ficam paradas após a conclusão de um projeto”, explica Guilherme Boog, diretor da Loxam Brasil, empresa líder em locação de equipamentos para construção.
A economia circular surge como resposta a esse desequilíbrio. Ao priorizar práticas como reutilização, redução de desperdícios e reciclagem, esse modelo oferece caminhos viáveis para dissociar crescimento econômico da exploração intensiva de recursos naturais — com estimativas apontando que o mercado circular poderá impulsionar o PIB global em até 4% nos próximos dez anos, conforme informações do financial implications of circular business models. No Brasil, uma pesquisa da CNI em parceria com a USP revelou que 85% das indústrias da construção já adotam pelo menos uma prática de economia circular.
Esse engajamento com novas formas de consumo já mostra resultados concretos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor da construção civil registrou crescimento de 4,3% em 2024, fechando o ano com um PIB de R$ 359,5 bilhões.
Além da vantagem financeira, o compartilhamento de equipamentos também reduz a pegada de carbono da construção civil, ao diminuir a necessidade de fabricação e descarte de máquinas que seriam subutilizadas. “Estamos falando de uma mudança cultural e estratégica que coloca a sustentabilidade no centro da tomada de decisão empresarial”, reforça Boog.
Outro benefício importante da locação é a flexibilidade operacional. Em um setor altamente dinâmico e sujeito a variações sazonais e contratuais, poder ajustar o número e o tipo de equipamentos conforme a demanda é um diferencial competitivo essencial — especialmente para empresas de pequeno e médio porte que precisam operar com mais agilidade e menos riscos.
“A locação é uma escolha estratégica que reduz custos, aumenta a eficiência e promove a responsabilidade ambiental. Na prática, é um caminho claro para modernizar a construção civil brasileira sem comprometer o futuro do planeta”, conclui Boog.